Natal
Uma vez, numa colina, dentro duma mangedoura, nasceu um menino! Quando eu era pequeno e olhava os cortelhos feitos de granito nas serras de Soajo e da Peneda, perguntava-me, a mim mesmo, se um daqueles cortelhos poderia servir como a mangedoura de que tanto ouvia falar.
Um presépio numa rua da Amadora
Hoje, continuo a perguntar-me o porquê de muita gente estar do lado de lá do menino! Porque não estão junto do menino? Porque, mesmo que seja uma história entre muitas inventadas pelo espírito humano, temos de reconhecer que é uma história muito séria mesmo que imaginária e muito linda.
Que mal faz um presépio? Porque o derrubam? Espíritos malignos!
Olhando os cortelhos das nossas serras e olhando as tabancas de África é só começarmos a imaginar quantos meninos tiveram vaquinhas, burrinhos, cabrinhas, ovelhinhas, ... a aquecê-los. Eu costumo dizer que tal como dizia o Torga, nasci num berço de granito coberto com o manto azul do céu. Mas foi mesmo num berço de granito que nasci! As lages do meu Borralho eram de granito e foi lá que eu nasci, junto de uma lareira cheia de brasas de madeiras de carvalho para me aquecer! Na corte, por baixo, estavam as vacas.
A todos Bom Natal